Primeiro deixem-me dizer que eu sempre fui um adepto fervoroso de tudo o que era relacionado com a "Conversa da Treta". Parecia que qualquer formato em que ouvia aquilo, mais piada lhe achava: fosse rádio, televisão ou teatro.
No entanto, por mais que seja fã, há que admitir que o formato de cinema não é adequado para este "franchising da treta". O segredo do sucesso da "treta" é o facto dos dois amigos, Zézé e Tóni, terem conversas sobre a actualidade, que não lembram (mesmo) a ninguém: era vê-los a falar sobre imigração, finanças, economia, cultura, terrorismo e muito mais, sempre ao jeito deles. E era esse jeito e o cenário inusitado de dois amigos sentados a fumar e a conversar que tanto encanto trazia à cena.
Contudo, esta transposição para cinema perde exactamente esse encanto. Este não é um filme em que os dois amigos se sentam e conversam sobre alguns dos assuntos que preocupam a actualidade. Em vez disso, Tóni procura saber o que o pai dele disse ao Zézé, enquanto fazem paródias do Fado, os Descobrimentos e outros elementos culturais Portugueses.
Até entendo que tenham procurado fazer algo diferente, para que a história da "treta" não fosse sempre igual, mas eu, pessoalmente e na minha opinião pessoal, julgo que não conseguiram. Tirando alguns sketches e diálogos com piada, o filme não satisfaz quem procura expressões tão intemporais como "io no uatá min?" - "eniuei!"
Em todo o caso, o filme anda a bater recordes de bilheteira, segundo a SIC Online.
Mas também, foi a SIC que patrocinou o filme, por isso tinham que dizer isto mesmo :-)
terça-feira, outubro 17, 2006
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